Café dos Poetas – Lawrence Ferlingheti e a beat generation
com curadoria de Miguel Martins
Qual é hoje a importância da beat generation e, em particular, de Ferlinghetti (1919-2021), um dos seus vultos mais destacados? Na poesia portuguesa contemporânea, onde podemos encontrar a sua marca?
Sessão com curadoria de Miguel Martins. Com a participação de Miguel Martins, Jaime Rocha, Ana Isabel Soares e acompanhamento musical de António Palma (piano). A apresentação é de Nuno Miguel Guedes.
Miguel Martins
Como escritor, publicou mais de trinta livros, entre poesia, prosa e ensaio. Alguns destaques: Jazz e Literatura (Campo das Letras, 1998), Cirrose (Fenda, 2003), Lérias (Averno, 2011), Cotão (& etc, 2014), pince-nez (Zazie, Brasil, 2016), São Miguel da Desorientação (Macondo, Brasil, 2020), Ferro em Brasa (com Filipe Homem Fonseca (Antígona, 2021). Os seus poemas estão editados nos seguintes países: Brasil, Sérvia, Espanha, Itália, Alemanha, Bulgária, México, Cabo Verde, Inglaterra, Estónia, Escócia, Uruguai e Eslovénia. Como tradutor, tem também mais de trinta livros editados, com destaque para obras de Cioran, Poe, Henry Roth, Lorca, Frédéric Gros, Rabelais, E. M. Forster, Aminata Sow Fall, Terry Eagleton, Eric Knight, Alfred Jarry, John Mateer, Luigi Russolo ou Foucault, entre muitos outros. É membro do Conselho Editorial da revista Gândara, da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Colabora na revista Colóquio/Letras, da Fundação Calouste Gulbenkian, desde 2009. Foi, por duas vezes, bolseiro do Centro Nacional de Cultura, onde leccionou e de cujo Conselho das Artes é membro. Como letrista de canções, foi autor de temas gravados por António Victorino d’Almeida, Ricardo Ribeiro, Cuca Roseta, Marco Rodrigues, João Paulo Esteves da Silva, Fernando Alvim, Ciganos D’Ouro e Carla Pires. Como músico de improvisação/free jazz, editou os CDs Dada Dandy: A Favola da Medusa featuring George Haslam (Slam Records, Inglaterra, 2014) e Herbarium: A Favola da Medusa (A Palavra, 2021). Organizou também centenas de concertos de jazz e música improvisada, para além do Cape Verde Development 1st International Jazz Festival (Ilha do Sal, 2007) e das Noites de Jazz / Poesia (Casa Fernando Pessoa, 2020, 2021 e 2022).
Jaime Rocha
Jaime Rocha nasceu em 1949, na Nazaré. Estudou na Faculdade de Letras de Lisboa. Viveu em França nos últimos anos da ditadura. Foi jornalista durante mais de três décadas. É dramaturgo residente no Teatro Musgo, de Sintra, e dramaturgista no grupo Hipérion-Projecto Teatral. Publicou o seu primeiro livro, Melânquico (poesia) em 1970. Tem editadas várias obras no domínio da poesia, da ficção e do teatro. Na poesia destaca-se Os Que Vão Morrer, Zona de Caça, Do Extermínio, Lacrimatória, Necrophilia (Prémio de Poesia do PEN Clube, 2011), Lâmina, Preparação para a Noite e Poemas da Mulher e do Náufrago, 2020. Na prosa, os romances Tonho e as Almas, A Loucura Branca, Anotação do Mal (Prémio de Ficção do PEN Clube, 2008) A Rapariga Sem Carne e Escola de Náufragos. Em 2019 publica o livro O Estendal e Outros Contos. No teatro, destaca-se O Construtor e O Terceiro Andar, 1998 (Grande Prémio APE de Teatro), Seis Mulheres Sob Escuta, Casa de Pássaros, O Jogo da Salamandra e Homem Branco-Homem Negro, 2005 (Grande Prémio de Teatro Português SPA/Nov o Grupo), Azzedine e Outras Peças, O Mal de Ortov, Agamémnon – A Herança das Sombras e Filoctetes – A Condição do Guerreiro, O Regresso de Ortov, 2013, As Troianas, com Hélia Correia, 2018 e O Mundo de Ortov, 2020. Nos últimos anos foram levadas à cena pelo Teatro Musgo, as peças O Construtor, Ortov Sai do Escuro e Agamémnon – a Herança das Sombras, a que seguirão, este ano, as peças O Mal de Ortov e Filoctetes – a Condição do Guerreiro.
Ana Isabel Soares
Doutorada em Teoria da Literatura (FLUL, 2003), com pós- doutoramento sobre cinema português e poesia (FLUL, 2009), ensina desde 1996 na Universidade do Algarve, sobretudo Literaturas de Língua Inglesa. Com Merja de Mattos-Parreira, traduziu a epopeia finlandesa Kalevala (Dom Quixote, 2013). Traduziu, entre outros autores, poesia de Gérard Malanga e Pier Paolo Pasolini, e publicou poemas seus em revistas literárias e na antologia Este é o Meu Corpo (TeaForOne, 2013).
António Palma
Iniciou os seus estudos musicais numa classe de acordeão. Anos mais tarde ingressou na classe de piano no Conservatório Regional do Algarve, onde residia, prosseguindo no Conservatório Nacional em Lisboa aonde se veio a radicar em 1986. Participou em diversos workshops, masterclasses de jazz com Phil Markowitz, Ed Neumeister e Arnie Lawrence (professores da New School-Mannes College of Music,Nova Iorque). Com 35 anos de actividade profissional ligado a áreas musicais distintas tem sido responsável pela criação de vários projectos em que colaboram inúmeros músicos: Alice Day, David Gausden, Laurent Filipe, Bill Goodwin, Melissa Walker, António Mardel, Davide Alfano, Kristin Korb, Sérgio Carolino, Nanã Sousa Dias, entre muitos outros. Com uma experiência vasta em distintas áreas musicais, participa em projectos/concertos/gravações com Paulo de Carvalho, Carlos Mendes, António Zambujo, Sara Tavares, Katt Tait, Fernando Tordo, Carlos do Carmo, Nicolau Breyner, Maria Ana Bobone… Com estes e outros projectos tem a oportunidade de tocar em diversos países: Espanha, Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné, E.U.A., México, França, Luxemburgo, Suiça, Itália e Austrália.