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PALAVRAS27

Partituras De Palavras: O Género Musical Spoken Word

com curadoria de Rodrigo Brandão

Até hoje, a ideia de uma música protagonizada pela palavra falada soa estranha aos ouvidos de muita gente. No entanto, quase sessenta anos se vão desde o dia em que Amiri Baraka, na altura ainda LeRoi Jones, recitou Black Dada Nihilismus, acompanhado pelo New York Art Quartet, em gravação-totem desse estilo estranho no ninho das prateleiras das lojas de disco. Essa é nossa missa a Amiri, assim como aqueles que seguiram as linhas por ele traçadas: The Last Poets, Gil Scott-Heron & Brian Jackson, Linton Kwesi Johnson, e muita gente mais.

Poética por natureza, a malta portuguesa tem ouvido afinado com os discos de declamação. Duas entidades locais ligadas ao entroncamento do verbo com a música, a escritora e spoken word artist Margarida Azevedo e o jornalista e DJ Rui Miguel Abreu, se juntam a Rodrigo Brandão no conjurar dessa conversa.

Rui Miguel Abreu

Formador na ETIC há mais de 10 anos, ministrou diversos módulos em cursos como Música Electrónica, Produção e Criação Musical ou Jornalismo e Crítica Musical. É jornalista há 25 anos e actualmente escreve nas páginas da revista Blitz, órgão com que trabalha há já mais de uma década, e é fundador do site Rimas e Batidas. Faz rádio na Antena 3 e RDP África e colabora com a plataforma internacional Red Bull Music Academy. Além disso tem um longo currículo na área da edição discográfica e da produção de eventos musicais.

Margarida Azevedo

A Margarida dedica a sua vida à linguagem, escrita e comunicação e procura ligar a sua palavra à música. Licenciada em Ciências da Comunicação, tira uma pós-graduação em Artes da Escrita e um mestrado em Edição de Texto na NOVA FCSH. Em 2016, cria o blog Devaneios Menstruados, com textos pessoais e ligados ao humor, mas é com o (Diz)Sonâncias (2018), que explora as ligações entre a escrita, a música e as artes performativas. Escreve sobre novos discos, concertos e outros projetos musicais, divulga e trabalha com músicos convidados, e apresenta outros planos seus ligados à escrita. Cria o projeto performativo TextuAlive, com o músico Hernâni Faustino, que alia a improvisação musical e a escrita em tempo real. É cofundadora da plataforma Covidarte que nasceu em tempos de pandemia para divulgar, apresentar e avançar com novas iniciativas no meio das artes e da cultura. Lança o seu primeiro livro em 2019, Orfeu e os seus avôs em busca do Tósão, e publica o conto Uma vulva com depressão na revista Crocodarium. Cria, com Ricardo Leiria, o zine Mecónio onde divulgam o trabalho de artistas cujo percurso acompanham e admiram.

Rodrigo Brandão

As relações espirituais entre o imaginário urbano e a ancestralidade africana, além de certo olhar punk, pautam o universo particular desse MC paulistano, que já lançou uma dúzia de álbums, e acumulou parcerias, tanto em palco quanto estúdio, com nomes de peso no cenário mundial. A lista inclui Brian Jackson, lendário bandleader de Gil Scott-Heron, e o baterista nigeriano Tony Allen, famoso por criar o afrobeat junto a Fela Kuti. Conta ainda com os jazzistas Rob Mazurek (Exploding Star Orchestra), Damon Locks (Black Monument Ensemble), Jeff Parker (Tortoise), e o mestre Pharoah Sanders, parceiro de John Coltrane. Atualmente, Brandão está voltado ao spoken word (formato de poesia declamada em contexto musical), via de regra em caráter de improvisação livre. Seu segundo disco solo, “Outros Espaço”, se encaixa nesse formato e conta com direção musical de Marshall Allen, que também toca saxofone, sintetizador e traz consigo outros três integrantes da gigante Sun Ra Arkestra.

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Data

07 Mai 2022
Expirado!

Hora

17:00 - 18:00

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