Escultor
Francisco de Paula Coimbra de Almeida Brennand nasceu no seio de uma família de origem inglesa. Iniciou-se na cerâmica na fábrica de S. João, fundada por seu pai, em 1947. Aí conheceu escultores e pintores com os quais fez boa parte da sua formação. Em 1971, com uma obra premiada e consagrada, instala-se na antiga oficina do seu pai, que reconstrói, onde expõe e realiza encomendas para todo o mundo.
1927 | escultor
Francisco Brennand
foto: Carlos Santos
vida e obra
Nasceu em 11 de junho de 1927, no Recife, numa propriedade rural do Estado de Pernambuco, Brasil. Ganhou os primeiros prémios do Salão do Museu do Estado de Pernambuco em 1947 e 1948. No fim dos anos 40, início de 50, viajou pela Europa (França, Suíça, Itália e Espanha). Confessa a sua profunda influência pela cultura europeia, tanto na pintura como na literatura. Seguindo os caminhos de todos os pintores da Escola de Paris, inclusive Gauguin, enveredou pela cerâmica. Na sua Oficina de trabalho (onde continua a produzir) instalou um Parque de esculturas com mais de duas mil peças, que é referência nacional e internacional da arte cerâmica. Participou na Bienal de Veneza em 1990, como representante do Brasil, em 1993 expôs em Berlim, e ganhou o Prémio Gabriela Mistral concedido pela Organização dos Estados Americanos. Tem os seus trabalhos expostos em coleções públicas e particulares tanto no Brasil como no exterior. Inspirando-se no poema “Canção das Duas Índias” de Manuel Bandeira, concebeu um conjunto escultórico para o Parque dos Poetas em Oeiras, Portugal.
O escultor no Parque dos Poetas
“Entre estas Índias de leste
E as Índias ocidentais
Meu Deus que distância enorme
Quantos Oceanos Pacíficos
Quantos bancos de corais
Quantas frias latitudes!”
excerto Canção das duas Índias | 1980
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Nota Biográfica
Nascimento: 11 de junho de 1927 – Brasil
Morte: 19 de dezembro de 2019 – Brasil
escultura
Brennand foi buscar ao seu léxico de formas as personagens que ilustram o poema Canção das Duas Índias do autor de Vou-me Embora Pra Pasárgada: as mulheres de gargantas inchadas – mulheres atormentadas, os pássaros guardiães – que preservam a vida, o ovo cósmico – princípio da vida, o abutre fálico – masculino/feminino. Com elas construiu um espaço de dor, de morte, de evasão, mas também de lirismo e de vida, numa encenação de grande força simbólica.