Escultor
António Vidigal tem dedicado grande parte da sua vida ao ensino das Belas Artes, quer nas Caldas da Rainha onde fez parte do grupo de Artistas Caldenses e da comissão instaladora da Escola Superior de Artes e Design das Caldas da Rainha, quer em Lisboa na, agora, Faculdade de Belas Artes onde foi o primeiro Professor Catedrático de Escultura.
1936 | escultor
António Vidigal
foto: Carlos Santos
vida e obra
Natural de Safara em Moura, ingressou nos Pupilos do Exército em 1947 e concluiu o Curso Geral de Indústria (1952). De canivete em punho já esculpia os carros, aviões e barcos que protagonizavam as suas aventuras, para além de compor e editar um jornal de banda desenhada.
Frequentou posteriormente o ISEL durante 5 anos e ingressou na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa em 1959. Entretanto casado, acumula as funções de estudante com a de docente do Ciclo Preparatório, que o leva para Angola entre 1964 e 1967. Regressado a Lisboa, concluiu a licenciatura em Escultura em 1972, iniciando de seguida a sua carreira de professor da ESBAL.
Esteve ligado à génese do Atelier-Museu João Fragoso, ao Simpósio e à Bienal Internacional das Caldas da Rainha.
Como escultor tem obras públicas em diversas localidades, nomeadamente: Campo Maior, Lagos, Portalegre, Oeiras, Sousel, Olhão, Belmonte, Caldas da Rainha, Luanda e Aljubarrota.
É ainda um medalhista de renome, sendo o autor da Medalha APE – 75 anos e medalhão frontal do mausoléu do Fundador do IPE General Xavier Correia Barreto, no Cemitério do Prazeres.
Está representado em Museus, coleções institucionais e particulares em Portugal e outros países. Nas Caldas da Rainha (1975-2000), esteve na origem da Bienal de Escultura, do Simpósium de Escultura em Pedra e da E.S.A.D., de que foi presidente da primeira Comissão Instaladora.
O escultor no Parque dos Poetas
“As damas nunca parecem
os galantes poucos são
cousas de prazer esquecem
os negócios vêm e vão
nunca minguam, sempre crescem.”
excerto de "Novas da Corte" |
Leitura escultórica
Peça assumidamente figurativa, na tradição da estatuária, mas com uma linguagem formal de marcada contemporaneidade.
Construída por dois elementos procura-se uma composição identificadora d a personalidade do poeta, equilibrada com o espaço em que se integra, procurando a fusão da área limitada da “folha” com a zona que a envolve.
O elemento principal é a figura de Garcia Resende com um tratamento de grande síntese mas suficientemente definidor do que se conhece da personagem e da indumentária da época.
O segundo elemento, a “escrivaninha” é a mesa de trabalho onde simbolicamente se cruzam todos os seus “talentos”.
O conjunto será instalado perto do extremo de uma plataforma que, nascendo no espaço “folha” que lhe é destinado, se dirige para a zona verde envolvente e nela mergulha.
Esta plataforma contém uma “passadeira” de relva todo os seu comprimento a qual simboliza o percurso de uma vida vivida na corte.
A escultura é executada em granito rosa e na plataforma terá a todo o seu comprimento uma caixa que permitirá a sementeira de relva.
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Nota Biográfica
Nascimento: 6 de Outubro de 1936 – Moura
Leitura Poética
Um homem da Renascença com um percurso que atravessa três reinados, mantendo-se sempre ao serviço e na proximidade dos reis. Alegre, de trato cordial, certamente competente consegue, com estas qualidades, permanecer longo tempo em funções importantes na Corte. Percebe-se pelas referências encontradas, ser de figura volumosa. Gil Vicente refere a sua rotundidade e a “cara de tamboril”.