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Com uma vasta obra publicada em prosa e em verso, ganhou em 1961 o “Grande Prémio da Poesia” da Sociedade Portuguesa de Escritores, com a obra “Poesia III”.
1900 | POETA
José Gomes Ferreira
Foto: Carmo Montanha
vida e obra
Nascido no Porto, José Gomes Ferreira mudou-se com quatro anos para Lisboa onde, criado “longe das árvores, no roldão poeirento das cidades” (palavras do poeta), se inicia nos poetas saudosistas – especialmente Raul Brandão – nos liceus de Camões e de Gil Vicente, com o Prof. Leonardo Coimbra.
Dirige, muito novo , a revista “Ressurreição”, onde chega a colaborar com Fernando Pessoa num soneto.
O gosto e o talento pela música, quase tão fortes e reveladores quanto o talento e o gosto pela poesia, levaram-no mais ou menos por esta altura a compor uma obra sinfónica – Idílico Rústico –, que viria a ser estreada e executada pela orquestra David de Sousa, no Teatro Politeama.
Aos 24 anos, José Gomes Ferreira concluiu a licenciatura em Direito e aos 25 anos seguiu para a Noruega, a fim de desempenhar o cargo de cônsul em Kristiansund. Regressa a Portugal em 1930, abandonando a carreira diplomática para se dedicar a tempo inteiro ao jornalismo.
Colaborou então na Presença, Seara Nova, Descobrimento, Imagem (revista de cinema), Kino, Sr. Doutor (a revista infantil em cujas páginas passou a publicar periodicamente As Aventuras de João Sem Medo, e Gazeta Musical e de Todas as Artes. Dedicou-se à tradução de filmes, sob o pseudónimo de Álvaro Gomes.
Submetido a uma intervenção cirúrgica em 1983 (ano em que é homenageado pela Sociedade Portuguesa de Autores), José Gomes Ferreira viria a falecer dois anos mais tarde, vitima de uma prolongada doença que o impedia de se levantar da cama.
“Não me tragam rosas.
Não percas tempo a colhê-las
para enfeitar de estrelas
os meus sentidos.”
Idílio de Recomeço VII
o Poeta no Parque
Leitura Escultórica
Escultura em pedra Branco de Lioz, com crânio fixado tentando quebrar as regras da proporcionalidade, de propósito para estar de acordo com o perfil moral do escritor. A mão que aparece atrás da cabeça e o braço numa posição quase penitente, significam um dorido olhar sobre a vida. Poesia militante e vigilante. Nunca as intempéries a esmoreceram, tal como esta oliveira milenar, jamais derrubada.
Barras verticais: a inteireza de carácter do poeta, assim como a memória do seu encarceramento.
Leitura Poética
A sua representação aponta para o poeta militante, o João sem Medo que denuncia fraturas e injustiças sociais!
Denunciava os seus causadores. Escrita poética interventiva, de faceta ideológica inconfundível, plenamente assumida. Mais um exemplo da utilização da palavra poética como ferramenta política.
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Nota Biográfica
Nascimento: 09 de junho de 1900 – Porto
Morte: 08 de fevereiro de 1985 – Lisboa
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100 anos de José Gomes Ferreira
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