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Manuel Alegre acredita na poesia como ritmo, como música interior, canto e encanto, incantação, exorcismo, uma forma de relação mágica com o mundo. A um professor brasileiro que trabalhava numa tese sobre ele, respondeu: “Escrita e vida são inseparáveis. Embora eu entenda a poesia como experiência mágica, algo que está aquém e além da literatura.”
1936 | POETA
Manuel Alegre
foto: Carlos Santos
vida e obra
Manuel Alegre de Melo Duarte nasceu a 12 de Maio de 1936, em Águeda. Nesta cidade faz a instrução primária, concluindo, posteriormente, no Porto os estudos secundários. Enquanto estudante liceal, no Alexandre Herculano, fundou, com José Augusto Seabra o jornal Prelúdio.
Mais tarde foi estudar para a Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, onde, com outros estudantes universitários, criou o CITAC – Centro de Iniciação Teatral da Academia de Coimbra – e integrar o TEUC – Teatro de Estudantes da Universidade de Coimbra.
Nesta cidade foi ainda atleta internacional de natação, representando a Associação Académica. No mesmo período desempenhou várias funções extraescolares: diretor do jornal académico A Briosa; membro da redação da revista Vértice; colaborador da Via Latina. E firmou-se como um dos mais destacados dirigentes do movimento estudantil da academia coimbrã.
Mobilizado em 1962 para Angola como oficial miliciano, foi preso pela polícia política por não querer participar na guerra colonial. Depois de em 1963 regressar a Coimbra, sob o regime de residência fixa, conseguiu, no ano seguinte, desertar para França, fixando-se pouco tempo depois em Argel.
No exílio prolongado por 10 anos, Alegre teve uma importante intervenção política. As suas obras literárias bebem desta influência, tendo-se revelado como importantes bandeiras de resistência contra o regime tirânico de Salazar. Muitos foram musicados e cantados por autores como Zeca Afonso ou Adriano Correia de Oliveira.
Em 1999, foi-lhe atribuído o prémio Pessoa.
A obra literária de Manuel Alegre tem sido objeto de estudos e teses de doutoramento e mestrado. Na Universidade de Pádua foi criada uma Cátedra com o seu nome, que tem o objetivo de difundir a língua portuguesa em termos culturais. A cátedra foi inaugurada pelo próprio em 19 de Abril de 2010.
“No meu país há uma palavra proibida.
Mil vezes a prenderam mil vezes cresceu.
E pulsa em nós como o pulsar da própria vida
sabe ao sal deste mar tem a cor deste céu.”
Excerto "No meu País Há uma palavra proibida" | 1967
o poeta no parque

Percurso sinuoso do combate em prol da liberdade, a conquistar tenazmente, saltando escadas espinhosas.
Leitura escultórica
Escultura em Mármore Branco de Lioz. Imagem caminhando sobre vagas, levando uma nau portuguesa debaixo do braço.
Leitura Poética
Há no seu espaço três caminhos que representam o seu exílio e a utilização da palavra poética como arma de intervenção política. A palavra como condição de mudança, de cidadania participada.
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Nota Biográfica
Nascimento: 12 de maio de 1936 – Águeda
Resumo Biográfico
Pedro Soldado
Manuel Alegre e Carlos Paredes
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