Escultora
Frágil de aspecto, mas senhora de uma invulgar vitalidade e muito determinada em tudo o que fazia, Irene Vilar podia ter entrado muito cedo, e sem qualquer dificuldade, na galeria dos “iluminados” do seu tempo, mas, em vez de se “encostar” aos grupos e tendências que facilmente podiam abrir os caminhos de uma vã glória, preferiu o sossego do seu ateliê, onde, como artista independente, executou algumas das melhores obras de escultura do nosso tempo.
1930 | escultora
Irene Vilar
foto: Carlos Santos
vida e obra
Nasceu em Matosinhos em 1930, licenciou-se em escultura pela Escola Superior de Belas Artes do Porto em 1955 onde foi discípula de Salvador Barata Feyo.
Em 1958, como bolseira do Instituto de Alta Cultura e da Fundação Calouste Gulbenkian, estudou em Itália e viajou pela Espanha, França e Suíça.
Irene Vilar é uma escultora premiada e representou Portugal nas bienais de S. Paulo e de Paris.
É autora de uma variada, ampla e riquíssima obra plástica, nas áreas da escultura, da medalhística, da numismática, da ourivesaria e da pintura, mostrada num sem número de exposições (individuais e coletivas) e distinguida com vários prémios. Em 1976, legou, generosamente, parte da sua criação artística à Câmara Municipal de Matosinhos.
A sua produção escultórica, que se encontra dispersa por vários países (para além de Portugal, na Alemanha, África do Sul, Brasil, Bélgica, Holanda e Macau), seguiu dois rumos distintos. Divide-se entre as obras públicas, que respondiam às exigências de quem as encomendava, e as obras de cariz mais pessoal, de maior liberdade, próximas do Expressionismo figurativo.
É Comendadora da Ordem do Infante Dom Henrique e da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada e Medalha de Mérito das cidades do Porto e Matosinhos.
O escultor no Parque dos Poetas
“As vossas lembranças
Não vos dão tormentos,
Nem levam os ventos
Vossas esperanças.”
Excerto de "Que vistes meus olhos" | Séc. XVI
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Nota Biográfica
Nascimento: 11 de dezembro de 1930 – Matosinhos
Morte: 12 de maio de 2008 – Porto
Leitura Poética
Dos diversos estudos efetuados sobre a vida e obra de Diogo Bernardes a escultora escolheu aquela que lhe permitisse representar aquilo que permanece em toda a sua poesia através de crismas fabulosoa. Sente-se a sua grande solidão, adivinha-se a transformação que ele faz do real afetivamente e com um intimismo tão simples… As fontes, os rios, as ondas que os nossos olhos já são poesia, adensam-se numa superfície alongada, toda envolvida pela aragem e pela própria atmosfera, em formas simples e abertas. Adivinha-se a espiritualidade de alguns versos que serão ternamente gravados no bronze.”