Escultor
José Manuel Aurélio é um artista plástico português. Frequentou o curso de escultura da Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa. Participa em mostras coletivas desde 1957; expõe individualmente pela primeira vez em 1958, tendo realizado grande número de exposições a partir dessa data.
1938 | escultor
José Aurélio
foto: Carlos Santos
vida e obra
Nasceu em Alcobaça em 1938. Curso de Escultura da ESBAL. Participou em numerosas exposições coletivas desde 1958. Numerosos prémios e exposições individuais.
Desenvolveu novas formas de expressão no campo da medalhística desde 1966. Realizou numerosas obras em espaços públicos de que se destacam: os Monumentos ao General Humberto Delgado, ao Trabalho, aos Pioneiros da Aviação, as Gárgulas da Torre do Tombo, a Escultura de Sete Rios e o Presépio do Santuário de Fátima.
Entre 69 e 74 concebeu, construiu e orientou a Galeria Ogiva – Óbidos.
Em 1978 foi bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian. Em 2007 funda o Armazém das Artes-Fundação Cultural em Alcobaça. Representado em Coleções e Museus. Vive e trabalha em Alcobaça.
O escultor no Parque dos Poetas
“MÃE Agora vos digo eu
Que Inês está no Paraíso!
INÊS Que tendes de ver co isso?
Todo o mal há-de ser meu.”
Excerto de "Senhora, eu me contento" | séc XVI
Leitura escultórica
É uma peça que se integra formalmente no espaço que lhe foi atribuído, um espaço em forma de folha, que sai de um grande tronco que vai estruturar todo o percurso principal do parque, de acordo com o projeto da autoria de Francisco caldeira Cabral.
Uma grande barca, também em forma de folha, assenta nesse espaço que lhe serve de base e de ancoradouro.
Essa grande barca divide-se ao meio transformando-se em duas proas, simétricas e orientadas em sentidos opostos. São as barcas que levam al almas para o Céu ou para o Inferno, simbolicamente identificado por um anjo e por um diabo.
Cada um transporta no seu bojo um carregamento de pecados e virtudes, simbolizados por cubos de pedra preta e cubos de pedra branca.
Os visitantes ao atravessarem as barcas encontra-se assim entre duas forças que sempre os acompanham ao longo das suas vidas.
A água, meio onde em princípio navegam as barcas, é sugerida na base da barca do Inferno, por uma ondulação construída em terra e relva.
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Nota Biográfica
Nascimento: 1938 – Alcobaça
Leitura Poética
Na construção da escultura optou-se pela representação escultórica da figura de Gil Vicente a partir dos Autos das Barcas nos quais reside a essência da sua obra. O Céu e o Inferno, o Anjo e o Diabo, A Virtude e o Pecado como símbolos do eterno conflito, estruturam assim a ideia da escultura que se propõe para o “retrato” de Gil Vicente no parque dos Poetas.