De Novembro de 2018 a final de Janeiro de 2019 decorreu o segundo Ciclo de Masterclasses, desta feita dedicado a Luís Vaz de Camões e a que se chamou Camões convida Pessoas. Tratou-se de uma abordagem que veio na sequência de um primeiro Ciclo dedicado a Fernando Pessoa, com um sucesso inegável, e com um formato que partiu sempre de uma interrogação, que permitiu fidelizar públicos e definir esta iniciativa com uma das âncoras importantes da nossa programação.

As sessões tiveram uma periodicidade semanal e decorreram às quartas, 21H30, no Templo da Poesia. As razões da escolha do poeta Luís Vaz de Camões foram estratégicas e são as seguintes: o facto de ser um dos autores representado no nosso Parque dos Poetas; o lugar inquestionável e simbólico do poeta do cânone literário português e a sua importância também no curriculum escolar. Camões constitui uma das maiores expressões poéticas (senão a maior), escreveu com o próprio sangue a mais representativa das nossas epopeias, Os Lusíadas, e, embora com uma visão das coisas dependentes das estruturas mentais do seu tempo, um inquestionável humanista em busca da utopia, autor não só d’ Os Lusíadas, mas de uma obra vasta e gigante, figura incontornável e desafiante, renascentista, humanista entre muitas outras classificações que poderão ser invocadas mas que não fazem justiça ao génio literário e à uma obra que permanece atual. Este é o seu legado.

O grande objetivo destes Ciclos foi tentar desendeusar a poesia, a desmistificação da figura literária pela figura humana, o Homem por detrás da obra e a sua vida um pouco desconhecida para a maior parte das pessoas que o vê como um autor inacessível. Este é o desafio!

Este formato deu ainda origem a uma leitura ilustrada destas interrogações que resultou numa exposição de ilustração com 11 ilustradores e cuja coordenação e autoria foi da Pato lógico e do André Letria. Foi pedido a 11 ilustradores que produzissem 11 ilustrações. A ideia foi perceber como é que a partir da palavra se produz uma imagem. Que ligações existem entre estes dois tipos de representação simbólica. Este foi o mote para a realização de oficinas com as escolas.